CULTURA DA APARÊNCIA.: OBJETIFICAÇÃO FEMININA


TEORIA DA OBJETIFICAÇÃO FEMININA 


            A teoria da objetificação feminina postula que meninas são tipicamente educadas para internalizarem a observação física pelo outro, o que se transforma  na via principal de seu self. Então as mulheres desenvolvem uma excessiva monitorização do corpo e  a procura por  uma beleza inalcançável, o que se torna  um processo de submissão social e as condiciona  a sentir vergonha do corpo, ansiedade, dificuldades no trabalho, no relacionamento, etc.  A consequência final é relacionada à autoestima.
 O padrão de baixa autoestima  por não atingir a beleza desejável interfere na  vida de relação e também na  vida íntima e sexual, por estar focada na  aparência(na impressão que está causando ) mais do que nas sensações.
Já a ansiedade, um transtorno psicológico tipicamente feminino,  pode decorrer da antecipação dos perigos advindos da má aparência(julgada como tal) , medo de não agradar, medo de ser ou parecer feia, medo de ser rejeitada pela aparência(o que na verdade ocorre muitas vezes), ou o contrário, foco em sua segurança física( medo de ser agredida sexualmente, medo de assédios e encaradas femininas(gazing) que realmente ocorrem com frequência, necessidade de vigilância constante com o corpo(vestir-se bem, não engordar, maquiar-se, frequentar salões de beleza, etc).
Segundo a teoria da objetificação, a mulher  sempre está às voltas com os olhares masculinos e com a exigência social de que esteja  bela(o que não é exigido da mesma maneira para os homens) e com a necessidade de confronto com sua aparência quando se encontra em locais públicos ou de trabalho.
As mulheres são educadas para se defender dos homens (que, em inúmeras situações, em verdade, as desejam  e as fazem de objetos sexuais). Assim, segundo algumas normas educacionais, a mulher não pode ser “fácil”, nem se mostrar ativa sexualmente, nem ser muito sexualizada, atitudes que teoricamente rebaixariam seu padrão cultural admirável. Por outro lado, o culto da beleza (padrão de mídia  só em encontrado em 1:40.000 mulheres, segundo um estudo sério) encoraja as mulheres a ter vergonha de sua nudez e de sua  exposição sexual. Daí surge a obsessão pela magreza e pelas formas esculturais,   foco em ser vista para que possa ser aceita(espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?).
Fique bem claro que a maneira como cada mulher lida com este padrão social é variável, e  que para uma a consciência da objetificação e a capacidade de se defender dela e configurar estratégias de sobrevivência social pode ser maior do que para outra.
Como acontece com todas as teorias, há controvérsias.
Catherine Hakim, uma socióloga inglesa,  inventou o termo capital erótico, para definir aquilo que ela considera
”uma obscura, embora crucial, combinação de beleza, sex appeal, capacidade de apresentação pessoal e habilidades pessoais- uma união de atrativos físicos e sociais que torna alguns homens e mulheres companhias agradáveis e nos coletas, atraentes pra todos os membros de sua sociedade e, especialmente, para o sexo oposto”.(Hakim C. Capital Erótico. Best Business, RJ. 2012).
 Hakim considera o capital erótico uma propriedade principalmente das mulheres e isso é, para ela, peça  fundamental para a sobrevivência e a ascensão social das mesmas. Tomando como base a psicologia evolucionista, a autora acredita que embelezar-se, sacrificar-se pela beleza, é uma vantagem, e não uma opressão. As mulheres podem exercer o seu poder através do capital erótico, e têm mesmo que fazer isso. Os argumentos são discorridos em 333 páginas nas quais ela contradiz as teorias feministas de objetificação e submissão feminina ao sexo oposto. É um livro fascinante:  a dialética ainda é a mais intrigante das teorias.

 

Comentários

  1. Esse é o resumo da palestra que farei hoje dia 28/08/2017 no espaço multiuso Odara, que fica à Rua arthur de sá 380 bairro união. Um espaço superlegal uma discussão bem informal, tipo um café filosófico, espero vocês lá

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